A história de um caminhoneiro que pegou a estrada, ansioso por chegar em casa e ver o primeiro varão. Grávida de nove meses, a mulher do rapaz daria à luz o menino tão desejado pelo pai.
Mas quis o destino que a viagem terminasse no caminho. Com a chuva fina e a pista molhada, a carreta viria com outra a se chocar. Ainda na pista, o caminhoneiro disse ao amigo com quem viajava: – Vá lá ver meu filho, porque eu não vou…
O breve relato que se lê acima é real e imaginário. Em agosto de 1980, André Aguilheira, pai de três meninas, faleceu na Rodovia Anhanguera quando voltava para casa. O filho, Marcos, nasceu horas depois da missa de sétimo dia de André.
No ano seguinte, uma das maiores duplas da história da música brasileira lançou “Sonho de um Caminhoneiro”, que entrou para a lista das canções sertanejas mais tocadas de todos os tempos. Milionário e José Rico, que não escreveram a letra, ainda hoje têm a música no repertório dos shows.
Teria a dura realidade inspirado os compositores ou tudo não passa de uma gigantesca coincidência?
Na reportagem deste domingo, 22!
Há dois anos, três meses e três dias, Renée foi vítima de um ataque brutal e gratuito, no Rio de Janeiro. Um morador de rua, supostamente sob o efeito de crack, agrediu a missionária americana com um pedaço de madeira. Renée foi atingida na cabeça e caiu inconsciente na ciclovia, na praia da Barra da Tijuca.
Eis o prognóstico à época:
– 70% de risco de morte
– 87% de risco de ficar com sequelas graves
Philip, o marido de Renée, documentou em vídeo tudo o que ocorreu dali em diante. Movido por uma fé incomum, ele acreditava na recuperação total da mulher. Repito: total.
O diário de Philip é um relato comovente, que começa na UTI, onde Renée se recuperava da primeira cirurgia. Para aliviar a pressão intracraniana, dois jovens cirurgiões retiraram parte do crânio – a caixa óssea que protege o cérebro – e a enviaram para uma “geladeira”, num instituto especializado em politraumas.
No vigésimo sexto dia de internação, Renée, enfim, voltou para casa. Abriu-se ali um novo capítulo nessa história.
– Eu tava orando e eu falei: “Quero ser normal, por favor, Senhor, por favor, eu quero voltar normal. Eu quero lavar louça de novo”, ela lembra. – Nenhuma mulher ia orar por isso…”
Conhecer os Murdoch foi uma honra para todos da equipe. Choramos de rir. E não só de rir.
Não é à toa que Renée tem o nome que tem…
Renée: em francês, feminino de René. Renascida. Nascida de novo.
Dos medos que tenho na vida, um, inequivocamente, levarei para o túmulo. Acho, na verdade, que não quero e não devo perdê-lo. É o medo de ser leviano.
Procuro me ater aos prós e contras das história que cubro, sem desatar o nó da dúvida – ainda que, mui internamente, eu tenho lá minhas próprias convicções dos fatos que vejo e analiso.
A história abaixo me intriga há cerca de 3 anos, desde o dia em que, na Grande Nova York, fui cobrir o suposto suicídio de uma jovem brasileira. Ela trabalhava como babá e havia acabado de concretizar um sonho: entrar para a faculdade na América.
Que Deus me mantenha medroso, zeloso ou qualquer adjetivo que o valha, quando me deparar com a dúvida, e quando a dúvida botar em cheque a conduta moral de um outro alguém.
Clique no link abaixo:
Nós últimos quarenta dias, nossa equipe tem se dedicado a investigar uma epidemia que se espalha silenciosamente sob nossos viadutos, à beira da linhas dos trens, nas praças públicas hoje povoadas de gente cuja presença nos causa repulsa ou medo.
A droga surgiu nos anos oitenta nos Estados Unidos e, mais recentemente, alastrou-se pelo Brasil. Cocaína em forma gasosa, chega à delicada rede capilar dos vasos pulmonares, bombardeando a corrente sanguínea com o veneno alucinógeno e rapidamente devastador.
À droga, deu-se o nome de crack.
Na foto acima, um print screen de um vídeo gravado esta semana, vemos uma mulher. Tatiana, 33 anos, mãe de três filhos e à espera do quarto. Usuária contumaz.
Tatiana improvisa um cachimbo com o copo plástico de água mineral. Queima a pedra, tão ou maior do que um caroço de feijão.
Naquela hora, o repórter cinematográfico João Paulo Souto, o técnico Fernando Nunes e a produtora Maria Mazzei procuravam por Jéssica, outra personagem de nossa reportagem, também grávida, que perambula pela região de uma cracolândia, na zona norte do Rio de Janeiro.
Dias depois do parto, Tatiana, muito provavelmente, perderá a guarda temporária do filho. A Justiça do Rio entende que a usuária não tem autonomia suficiente para zelar pela criança, e determinará o recolhimento do bebê num abrigo provisório. Em noventa por cento dos casos, o capítulo final desta história é a adoção.
Dois filhos de Tatiana estão num abrigo. O terceiro, com a avó materna. Que destino terá a quarta criança? E que sequelas herderá do uso que a mãe fez – e o feto recebeu – da substância tão letal?
Tem sido uma rotina dura e por vezes perigosa. As reações dentro de uma cracolândia nem sempre obedecem o trilho da racionalidade.
Eis o tema da nossa reportagem especial.
Filhos do Crack. Em breve, no Domingo Espetacular. Até lá!
Que, em 2014, sejamos mais éticos com a coisa pública. O dinheiro público, o espaço
público, a representação do interesse público. Ao contrário dos que acham que a coisa
pública é terra de ninguém, público é sinônimo de coletivo, de propriedade de todos.
TODOS. Dinheiro de todos, espaço de todos, interesse de todos. Que tenhamos decência e
sensatez com a coisa de todos. É o que desejo para todos no ano que começa. Decência e
sensatez.
No link abaixo, você vai ver uma compilação da série “Encarcerados”, exibida no Jornal da Record, entre os dias 11 e 16 de novembro.
Durante duas semanas, tivemos acesso irrestrito ao maior complexo penitenciário do Brasil. Conhecemos pelo menos quinze das vinte e seis unidades penais, agrupadas num terreno gigante, na zona oeste do Rio.
A reportagem postada foi, exibida no Domingo Espetacular, traz novas entrevistas e cenas inéditas gravadas dentro de Bangu.
Que incrível experiência de vida…
O sucesso de uma série de reportagens especiais depende, essencialmente, do arroz com feijão que a mesma oferece, e por arroz com feijão, leia-se aqui “conteúdo”. Por mais bem apresentado que esteja o prato, sem arroz, feijão e mistura bem temperados, não se sacia a fome de um telespectador de segunda a sexta.
Na série “Encarcerados”, tínhamos um conteúdo primoroso. Após longa negociação com a administração penitenciária do Rio, nossos produtores obtiveram acesso irrestrito ao maior complexo penal do Brasil: Bangu.
Durante duas semanas, gravamos no interior de pelo menos doze unidades penais – entre elas, a menor e mais temida: Bangu 1, hoje transformada em penitenciária do castigo.
A partir de então, desenhou-se um plano de divulgação nada comum, que passava, inicialmente, por uma ação via redes sociais. A estratégia foi elaborada por diferentes departamentos da emissora, partindo do Jornalismo, passando pelo Comercial, Comunicação, Jurídico, e chegando aos grandes parceiros do R7, o portal da Record.
Na quinta-feira, 7 – quatro dias antes do início da exibição da série, postamos nas contas do Facebook da Record e do R7 a foto abaixo:
Repórter da Record na prisão
Em apenas 12 horas depois da postagem, obtivemos o seguinte retorno:
Facebook da Record
– 2.046 curtidas
– 784 compartilhamentos
– 1.292 comentários
Facebook do R7
– 2.335 curtidas
– 207 compartilhamentos
– 880 comentários
No fim do dia, postamos nas mesmas contas do Facebook a foto abaixo, revelando se tratar de uma ação coordenada de divulgação:
No R7, além do link da reportagem do dia, subimos conteúdo exclusivo, como longas entrevistas sem cortes e sequências de imagens brutas não utilizadas no VT editado.
Estes são os números contabilizados na tarde de domingo, dois dias após o término da exibição de “Encarcerados”:
Visualizações das cinco reportagens somadas:
44.208
Visualizações das chamadas do repórter exclusivas para o R7
12.714
Visualizações do conteúdo exclusivo para o R7
9.556
“Encarcerados” mostra que os meio convencionais de produção e disseminação de conteúdo pedem novas estratégias, e que o chamado “cross media” – a conversão de diferentes plataformas – é uma onda contra a qual não se nada. Surfa-se!
Mais uma vez, uma série se constrói em equipe. Neste caso, uma equipe nada convencional.
Em maio deste ano, tive o privilégio de conhecer lugares e pessoas de um Brasil distante, desconhecido e absolutamente fantástico.
Na companhia do repórter cinematográfico Thompson Lee, percorri algumas centenas de quilômetros no estado brasileiro que lutou para ser Brasil: o Acre. (Por que lutou? Bom, isso rende uma outra série de reportagens…)
Abaixo, você vai ver as reportagens que foram exibidas ao longo da semana no Jornal da Record e reapresentadas no dia seguinte, no Fala Brasil.
Boa viagem e faça como eu: caia de amores pelo Acre.
Episódio 1 – Os Ashaninkas
Saiba como vivem os últimos guardiões da fronteira, na divisa com o Peru, em plena selva amazônica.
Homens de quase um metro e noventa de altura, mulheres de traços delicados, crianças que mal falam a Língua Portuguesa.
Eles são o nobre povo ashaninka.
Episódio 2 – Os Geoglifos
Mistério na Amazônia. Quem desenhou figuras monumentais, maiores do que um estádio de futebol, sob a floresta outrora intacta?
Quando, como e por que?
Uma descoberta intriga a Ciência: o que são os geoglifos? Foram feitos por gente da Terra?
Episódio 3 – A Crise Haitiana
Uma drama na fronteira do Brasil com o Peru. Em busca de emprego e renda, milhares de haitianos entram no país de forma ilegal e pedem autorização de permanência e trabalho.
Na pequena Brasiléia, mil pessoas se espremem na fila. Querem apenas um prato de comida.
Fotografia: Thompson Lee.
Episódio 4 – A Violência no Campo
Exclusivo: denúncias do Ministério Público do Acre. Com títulos de posse falsificados em cartório, supostos fazendeiros expulsam trabalhadores dos seringais.
E um efeito colateral da violência no campo: o tráfico humano. Meninas da Amazônia são exploradas em boates da Bolívia.
Episódio 5 – 25 Anos depois de Chico Mendes
Como vivem as famílias do famoso Seringal Cachoeira, o palco das últimas manifestações do maior de nossos seringueiros?
O que fazem da borracha e da castanha? Quem são os herdeiros dos ideais de Chico Mendes, em Xapuri, interior do estado do Acre.
Fui convidado para participar do Programa da Tarde, apresentado pelo velho amigo Brito Júnior, Ana Hickmann e Ticiane Pinheiro. Disseram-me, mui malandramente, que iriam exibir algumas das minhas reportagens, sobre as quais iríamos conversar no estúdio.
De fato, as matérias foram exibidas, e achei o maior barato. Gostei mesmo de falar dos bastidores das gravações e de detalhes curiosos não levados ao ar. Eu só não contava com o que iria acontecer no fim do programa…
CLIQUE AQUI E ASSISTE AO VÍDEO
Confesso, saí do estúdio sem chão…
Eis nosso ponto de partida: São Roque de Minas, no pé da Serra da Canastra, em Minas.
São Roque é a típica “pequena e pacata cidade do interior”.
Ao redor da cidade, a beleza natural é estonteante. As plantas e a disposição das mesmas pelo campo lembram um jardim meticulosamente planejado.
Nossos três primeiros dias na Serra foram frustrantes. Sacolejando pelas estradas de terra, checávamos as armadilhas montadas por Rogério e Jean, dois biólogos abnegados pela causa nobre. Nada de lobo. Nem de loba.
No quarto dia, enfim, a surpresa: dois lobos caíram na armadilha. Na verdade, um casal de meia-idade.
O macho já havia sido capturado antes e carregava um colar com transmissor. Ele “atendia” pelo nome de Miro.
A linda menina que aparece na imagem acima é Luna, filha de Rogério. Ela e Henry, filho de Jean, assistiram à captura pela primeira vez. Excusa dizer que ficaram fascinados pelo bicho.
Abaixo, a parceira do Miro, que, até então, era uma ilustre desconhecida da Ciência. Foi, evidentemente, batizada de Luna.
Daqui a pouco, no Jornal da Record, a aventura para salvar o lobo brasileiro.