Há dois anos, três meses e três dias, Renée foi vítima de um ataque brutal e gratuito, no Rio de Janeiro. Um morador de rua, supostamente sob o efeito de crack, agrediu a missionária americana com um pedaço de madeira. Renée foi atingida na cabeça e caiu inconsciente na ciclovia, na praia da Barra da Tijuca.
Eis o prognóstico à época:
– 70% de risco de morte
– 87% de risco de ficar com sequelas graves
Philip, o marido de Renée, documentou em vídeo tudo o que ocorreu dali em diante. Movido por uma fé incomum, ele acreditava na recuperação total da mulher. Repito: total.
O diário de Philip é um relato comovente, que começa na UTI, onde Renée se recuperava da primeira cirurgia. Para aliviar a pressão intracraniana, dois jovens cirurgiões retiraram parte do crânio – a caixa óssea que protege o cérebro – e a enviaram para uma “geladeira”, num instituto especializado em politraumas.
No vigésimo sexto dia de internação, Renée, enfim, voltou para casa. Abriu-se ali um novo capítulo nessa história.
– Eu tava orando e eu falei: “Quero ser normal, por favor, Senhor, por favor, eu quero voltar normal. Eu quero lavar louça de novo”, ela lembra. – Nenhuma mulher ia orar por isso…”
Conhecer os Murdoch foi uma honra para todos da equipe. Choramos de rir. E não só de rir.
Não é à toa que Renée tem o nome que tem…
Renée: em francês, feminino de René. Renascida. Nascida de novo.